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Aos 103, o advogado mais antigo do Brasil é fã da tecnologia e afirma que ‘não vacilar’ é o segredo da carreira

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Considerado o advogado mais idoso em ação no Brasil, o especialista em Direito Comercial Hermano de Villemor Amaral Filho completa nesta terça-feira (11) 103 anos de idade. A tecnologia não foi empecilho na carreira do profissional, que se adaptou aos computadores e às atualizações da legislação brasileira. Depois da pandemia da Covid-19, ele deixou de ir diariamente ao escritório, mas não parou suas atividades e continua produzindo ações e orientando estagiários. Apaixonado pelo o que faz, o advogado compartilhou alguns dos segredos de uma longa carreira.

Ainda jovem, quando assumiu o escritório do pai inaugurado há 114 anos, em 1909, Villemor era considerado “muito moderno” porque datilografava com agilidade as ações com papel-carbono quando ainda se usava tinta e mata-borrão. Ele, que sempre acreditou ser possível se modernizar, não abandonou o que considera um “valor antigo que dá credibilidade aos advogados” e o maior segredo da longa carreira:

— Levar a profissão a sério e não vacilar — afirmou o advogado centenário, que busca passar o ensinamento ao filho que seguiu os passos da família e mantém o legado no escritório de advocacia.

Villemor leva a sério a necessidade de se modernizar e há 20 anos se adaptou aos computadores e às novas formas de se atualizar nos sites jurídicos e relatórios on-lines:

— Eu sou um fanático ao aderir à modernidade, e o computador facilitou a vida de todo mundo. Principalmente a do advogado, pela capacidade de reunir informação — contou o “ainda aprendiz” da tecnologia.

Além de se atualizar, o advogado não abre mão do cumprimento do Código de Ética da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Desde que assumiu o escritório do pai, defende o slogan de “honestidade, zelo e competência na profissão”.

Quero ser lembrado como um colega ético. A profissão de advogado é muito exigente em matéria de ética, então o segredo que eu tento sempre ensinar é a ética e o respeito ao Judiciário — disse ele, que se orgulha da carteirinha da ordem de número OAB 003099-RJ.

O credor da imparcialidade do Judiciário, aos 103 anos, ainda quer continuar na profissão e não se arrepende da escolha de ter se sido “um grande apaixonado pela carreira”:

— A minha vida foi toda ela dedicada ao trabalho profissional. Hoje, espontaneamente, eu sigo trabalhando — completou.

Fonte: O Globo
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